Esse blog foi criado para divulgar o trabalho do Canto Cidadão, Organização Não Governamental (ONG), da qual a Drª Risadinha Risolina é voluntária. Nesta página você lerá textos que expressam as experiências que tenho vivido.



sexta-feira, 28 de março de 2008

Calças molhadas

Venha comigo a uma sala de aula do terceiro ano...
Há um menino de nove anos sentado na sua mesa
e de repente há uma poça entre seus pés,
e parte de suas calças está molhada.
Pensa que o seu coração vai parar
porque não pode imaginar como isso aconteceu.
Nunca tinha acontecido antes,
e sabe que quando os meninos descobrirem nunca mais o deixarão em paz.
Quando as meninas descobrirem, nunca mais falarão com ele.
O menino acredita que o seu coração vai parar;
baixa a cabeça e reza esta oração: "Querido Deus, isto é uma emergência!
Eu necessito de ajuda agora! Mais cinco minutos e todo o mundo vai rir de mim!!!".
Levanta a cabeça e vê a professora a chegar com um olhar que diz que foi descoberto.
Enquanto a professora está a andar até ele, uma coleguinha chamada Susie está a carregar um aquário cheio de água.
Susie tropeça na frente da professora e despeja inexplicavelmente a água no colo do menino.
O menino finge estar irritado, mas ao mesmo tempo, interiormente, diz: "Obrigado, Senhor! Obrigado, Senhor!".
De repente, em vez de ser objeto de ridículo, o menino é objeto de compaixão.
A professora desce apressadamente com ele e dá-lhe uns calções de ginástica para vestir enquanto as suas calças secam.
Todas as outras crianças estão sobre as suas mãos e joelhos, limpando ao redor da sua mesa.
A compaixão é maravilhosa. Mas como tudo na vida, o ridículo que deveria ter sido dele foi transferido para outra pessoa - Susie.
Ela tenta ajudar, mas dizem-lhe para sair. "Já fizeste demais, sua grosseira!".
Finalmente, no fim do dia, enquanto estão à espera do transporte,
o menino caminha até Susie e sussurra-lhe , "fizeste aquilo de propósito, não foi?".
E Susie sussurra-lhe, "eu também molhei as minhas calças uma vez".
Autor desconhecido

Compreendi

“Compreendi que a vida não é uma sonata que, para realizar sua beleza, tem de ser tocada até o fim. Dei-me conta, ao contrário, de que a vida é um álbum de minissonatas. Cada momento de beleza vivido e amado, por efêmero que seja, é uma experiência completa que está destinada à eternidade. Um único momento de beleza e de amor justifica a vida inteira”.
Rubem Alves

quinta-feira, 20 de março de 2008

A verdadeira Páscoa

Meus amados,

Desejo mais que comer chocolates de todos os formatos e sabores ou curtir mais um feriadão, lembrar o real significado da Páscoa: a Ressureição de Cristo.
Recordar esse momento não é ser carola, é sim, refletir sobre nossas ações, é sinal de esperança, de que é possível mudar,evoluir,melhorar e ajudar aqueles que precisam de nós.E perceber que também há sempre uma mão estendida para nos socorrer.
Não duvide de que um sorriso, um ouvido amigo ou um aperto de mão faz toda a diferença. Duvide menos ainda que a partir daí você e eu veremos acontecer a verdadeira RESSUREIÇÃO a cada segundo de nossas vidas. E, que afinal, isso é celebrar a PÁSCOA.

Um grande beijo!

segunda-feira, 10 de março de 2008

Nunca abandone aquele que você Ama

Recebi um e-mail hoje com o texto abaixo e, apesar de não saber se é verídico, posso afirmar que eu e meus amigos doutores já testemunhamos milagres como esse.
Um exemplo é o SORRISO, algo muito simples para alguém que está aqui fora, mas uma grande vitória para quem está internado há meses.

Leia com carinho:

“Como qualquer mãe, quando Karen soube que um bebê estava a caminho, fez todo o possível para ajudar o seu outro filho, Michael, com três anos de idade, a se preparar para a chegada. Os exames mostraram que era uma menina, e todos os dias Michael cantava perto da barriga de sua mãe. Ele já amava a sua irmãzinha antes mesmo dela nascer. A gravidez se desenvolveu normalmente.
No tempo certo, vieram as contrações. Primeiro, a cada cinco minutos;depois a cada três; então, a cada minuto uma contração.
Entretanto, surgiram algumas complicações e o trabalho de parto de Karen demorou horas.
Todos discutiam a necessidade provável de uma cesariana. Até que, enfim, depois de muito tempo, a irmãzinha de Michael nasceu. Só que ela estava muito mal. Com a sirene no último volume, a ambulância levou a recém-nascida para a UTI neonatal do Hospital Saint Mary. Os dias passaram. A menininha piorava. O médico disse aos pais: "Preparem-se para o pior. Há poucas esperanças".
Karen e seu marido começaram, então, os preparativos para o funeral.
Alguns dias atrás estavam arrumando o quarto para esperar pelo novo bebê. Hoje, os planos eram outros.
Enquanto isso, Michael todos os dias pedia aos pais que o levassem para conhecer a sua irmãzinha. "Eu quero cantar pra ela", ele dizia. A segunda semana de UTI entrou e esperava-se que o bebê não sobrevivesse até o final dela. Michael continuava insistindo com seus pais para que o deixassem cantar para sua irmã, mas crianças não eram permitidas na UTI. Entretanto, Karen decidiu. Ela levaria Michael ao hospital de qualquer jeito. Ele ainda não tinha visto a irmã e, se não fosse hoje, talvez não a visse viva. Ela vestiu Michael com uma roupa um pouco maior, para disfarçar a idade, e rumou para o hospital. A enfermeira não permitiu que ele entrasse e exigiu que ela o retirasse dali. Mas Karen insistiu: "Ele não irá embora até que veja a sua irmãzinha!"
Ela levou Michael até a incubadora. Ele olhou para aquela trouxinha de gente que perdia a batalha pela vida. Depois de alguns segundos olhando, ele começou a cantar, com sua voz pequenininha: "Você é o meu sol, o meu único sol. Você me deixa feliz mesmo quando o céu está escuro..." Nesse momento, o bebê pareceu reagir. A pulsação começou a baixar e se estabilizou. Karen encorajou Michael a continuar cantando. "Você não sabe, querida, quanto eu te amo. Por favor, não leve o meu sol embora..." Enquanto Michael cantava, a respiração difícil do bebe foi se tornando suave. "Continue, querido!", pediu Karen, emocionada.
"Outra noite, querida, eu sonhei que você estava em meus braços..." O bebê começou a relaxar. "Cante mais um pouco, Michael." A enfermeira começou a chorar. "Você é o meu sol, o meu único sol. Você me deixa feliz mesmo quando o céu está escuro...Por favor, não leve o meu sol embora..."
No dia seguinte, a irmã de Michael já tinha se recuperado e em poucos dias foi para casa.
O Woman's Day Magazine chamou essa história de "O milagre da canção de um irmão". Os médicos chamaram simplesmente de milagre. Karen chamou de milagre do amor de Deus.
NUNCA ABANDONE AQUELE QUE VOCÊ AMA. O AMOR É INCRIVELMENTE PODEROSO”

quarta-feira, 5 de março de 2008

A poesia da vida

Leia e reflita. Esse texto foi escrito por minha amiga Tatiana Ferreira – mais lindos como este estão no www.tatypenelope.zip.net. Obrigada querida por permitir publicá-lo.Acessem e comentem.

Pare e sinta que a vida é pura poesia.

Adoro poesia
Mas a maior poesia é a vida
Com suas lições
Com seus encantamentos diários
Com a vida que nasce
Com o dia que amanhece
Com o brilho do sol
Com a luz do luar
A poesia da vida
É ter amigos verdadeiros
É ter uma família sempre por perto
Mas não necessariamente perto fisicamente
Existe poesia no se falar pelo pensamento
Em adivinhar o que o outro pensa ou sente
Em fazer alguém feliz
Com um gesto, com uma palavra
Com um carinho, com um toque
Com um sorriso
Com um beijo
Com uma flor
Com um sentimento mútuo e verdadeiro
Existe poesia no cantar
Existe poesia ao seu redor
Por todos os cantos e lados
Basta saber senti-la
Basta abrir os olhos
A mente e o coração
Permita – se respirar poesia
Permita - se amar
Permita - se orar
Tenha fé
Não existe poesia mais verdadeira
Tocante, profunda e perfeita

domingo, 2 de março de 2008

O rio da cidade grande

Nessa minha breve vida de doutora fico sabendo de muitas coisas. Esses dias descobri como um hospital continua funcionando em meio ao caos de uma cidade ilhada.
Para quem não sabe, na quinta-feira, dia 21 de fevereiro, o rio Tamanduateí (Santo André) transbordou. Logo, ninguém saía, nem entrava na cidade. O hospital no qual atendemos teve que remanejar seu quadro de funcionários. Fomos ao hospital no sábado, dia 23, e os pacientes contaram que enfermeiros, auxiliares, médicos e quase todos os profissionais que velam por seu bem-estar tiveram que dobrar o turno. Até as visitas não conseguiram chegar. Apesar dos pesares tudo ficou sob controle.

Drª Risadinha:- Vocês que se deram bem. Com as pernas para o ar...enquanto o povo estava na chuva.

Pacientes: - Fazer o que, né? Temos que ter alguma vantagem (risos).

Agora, chamo a atenção para algumas cenas fora do ambiente hospitalar, mas uma prova de que a todo momento precisamos de alguém.

As águas subiram do rio Tamanduateí e o calor humano nas ruas e dentro dos ônibus também. O rapaz que acordou às 4h da manhã dessa quinta-feira estava quase 24 horas sem dormir. Embora, até chegar ao seu destino, em Ferraz de Vasconcelos na madrugada dessa sexta o tempo tenha se completado. A história dele não era muito diferente dos que estavam ali. Inúmeras pessoas ilhadas, alguns passaram mais de 360 minutos de suas vidas dentro de um ônibus. Comer, ir ao banheiro, beber água, era algo impossível para a maioria. Infelizmente ninguém estava no Big Brother Brasil e o prêmio para a prova de resistência não era um carro zero.
Depois de uma longa espera, de andar trechos a pé, ver o túnel da estação Santo André submersa, eis que um ônibus apareceu e saiu em 10 minutos, que na circunstância foi um tempo recorde. Os passageiros comemoraram com vivas e risadas. Afinal, íamos para casa. Mera ilusão, três horas mais tarde tínhamos dado uma volta no quarteirão.
Nessas horas penso sobre as teorias acerca dos moradores das grandes cidades: que se sentem solitários no meio de uma multidão, que são individualistas ou coisas do gênero. Mas não foi isso que presenciei.
Sem que ninguém soubesse o nome do outro, houve uma onda de gentilezas. A senhora que precisava de um bilhete e não tinha dinheiro. Afinal, sair com o passe contado para a viagem é mais comum do que se imagina. As últimas balas compartilhadas para enganar o estômago. A preocupação em saber se o desconhecido precisava de algo ou se sentia bem. O rapaz que daqui a pouco faria 24 horas sem pregar o olho cedeu o lugar para a senhora que havia trabalhado 10 horas em pé e permanecia na mesma posição há quatro.
Mas o receio de quase todo mundo, depois de um longo dia de trabalho eram as possíveis confusões que poderiam ocorrer quando o sangue ferve, aconteceu o inverso. Como é próprio do brasileiro o bom humor reinou até em uma situação tão delicada. E assim as horas passaram, todos em pé, sem ir ao banheiro, sem muito ar. Até o cachorrinho que passeava no colo da dona na rua foi motivo para passar o tempo. – Esse aí está melhor do que a gente, no colo, e chegará mais rápido. Surgiram até planos para vivenciar cenas do filme “Velocidade Máxima”. – Se não tiver mais ônibus no terminal São Mateus (destino) nós mesmos vamos dirigir.
Ah, e o marido ciumento que ligava a cada cinco minutos e pensava que a esposa estava em uma festa por conta do barulho. Os presentes tiveram que ser testemunhas. O plano da senhora em apuro era tecnológico: - Vou comprar um chip e colocar no meu brinco. É pequeno, daí ele poderá me rastrear. Se não fosse sério, tínhamos gargalhado ainda mais.
E a carne comprada no supermercado para o jantar ficou na sacola do supermercado ali, esperando como nós. E era um tal de celular tocando. Famílias, amigos, amantes, todos aflitos. Prova de que a tecnologia também aproxima as pessoas.
Enfim, era a primeira hora do dia 22 de fevereiro de 2008 e chegamos ao nosso destino. Nos despedimos e desejamos boa sorte para os que ainda teriam uma outra viagem pela frente.

A lição foi essa: a cidade grande, às vezes, se faz pequena no interior de um ônibus.