Esse blog foi criado para divulgar o trabalho do Canto Cidadão, Organização Não Governamental (ONG), da qual a Drª Risadinha Risolina é voluntária. Nesta página você lerá textos que expressam as experiências que tenho vivido.



quarta-feira, 25 de junho de 2008

Aprendendo sobre família

Titãs
"Família! Família!
Papai, mamãe, titia
Família! Família!
Almoça junto todo dia
Nunca perde essa mania..."

Ontem, 24 de junho, não pulei a fogueira de São João. Apesar da noite fria criei coragem para participar da RRV. Achei um pouco estranho, pois haviam poucas pessoas...mas logo 'o tico e o teco' funcionaram ... é lógico era a Reunião Reduzida de Voluntários e não a Reunião Regional de Voluntários.
Conversamos sobre família e seus vários aspectos. Aprendi muito com a psicóloga que nos deixou muito à vontade e com as vivências de todas do grupo. É essencial respeitarmos e identificarmos as diferentes situações para que desse modo realmente ajudemos.
Meninas, muito obrigada pela companhia até o metrô.
Beijocas no coração de cada um dos doutores.

Beleza pura

Encontramos a irmã de Kelly no corredor e ela nos pediu para irmos visitá-la. Coincidência ou não Kelly estava no primeiro quarto que entramos. Percebe-se rapidamente que trata-se da filha caçula, paparicada pelas irmãs e pela mãe. Porém, apesar dos mimos que recebia dava sinais de tristeza e desânimo. Insistimos e pedimos a ajuda dos parentes e nada. Kelly é uma linda menina de 16 anos.
Tentamos pela via musical. Ela disse que gostava de todo tipo de música, mas não falava exatamente de qual. Seu cunhado nos ajudou dizendo que era do RBD. E lá fomos nós cantar e dançar “se sou rebelde lá lá lá...” Então ela teve uma reação: - Só gostava deles quando era mais nova. Pagamos o maior mico à toa rsrs.
Diante da falta de repertório resolvemos fazer uma proposta: iríamos ver nossos outros amigos, mas antes de irmos embora voltaríamos lá para ela cantar uma música.
E assim foi feito. Não é que ela realmente pensou em uma música, inclusive sabia os nomes do intérprete e canção na ponta da língua. Após um logo convencimento ela nos ajudou a cantar...ah, e sua mãe também. Aliás, elas sabiam bem mais da letra do que a gente.
Pensando bem, o título da canção é o retrato de Kelly: Beleza Pura, especialmente quando ela abriu um largo sorriso. Ganhamos a noite (eu, Kelly, Dr.Caboclinho e a mãe de Kelly).

Beleza pura (trecho)
Caetano Veloso

Não me amarra dinheiro não!
Mas formosura
Dinheiro não!
A pele escura
Dinheiro não!
A carne dura
Dinheiro não!...

Moça prêta do Curuzu
Beleza Pura!
Federação
Beleza Pura!
Bôca do rio
Beleza Pura!
Dinheiro não!...

Quando essa prêta
Começa a tratar do cabelo
É de se olhar
Toda trama da trança
Transa do cabelo
Conchas do mar
Ela manda buscar
Prá botar no cabelo
Toda minúcia, toda delícia...

Não me amarra dinheiro não!
Mas elegância...

Todos os relatos são baseados em fatos reais, porém, os nomes dos personagens são fictícios para preservar sua identidade.

sábado, 14 de junho de 2008

Literatura da vida


Descobrimos uma professora de literatura que ama Manuel Bandeira e mais ainda Carlos Drummond.
Fiquei hipnotizada por essa pessoa. Em minutos fiz inúmeras perguntas sobre sua vida. A ponto do Dr. Caboclinho dar um toque de que era necessário visitar outros amigos. Ela se emocionou ao falar que o ex marido que não via há quase uma década viera lhe visitar no hospital.
Professora quase aposentada e cansada do grande desinteresse dos alunos falava de suas ‘andanças’ na educação. Pedi que recitasse suas poesias prediletas. Fiquei refletindo ali mesmo como era a vida dela antes da doença. Percebi também que as enfermeiras ficaram impressionadas com tamanha bagagem cultural. Na correria diária para cuidar de todos fica difícil conhecer a história de cada um.
Drª Risadinha: - Cássia...seus alunos não fazem idéia de que quanta coisa deixaram de aprender com você.

Todos os relatos são baseados em fatos reais, porém, os nomes dos personagens são fictícios para preservar sua identidade.

Um amor de cachorro


Fábio não vê a hora de ir embora.

De quem você tem mais saudade?

Do meu cachorro.

Caramba, pensei que fosse da sua mãe.

A minha mãe vem aqui quase todo dia, ele não pode entrar. O “xuxu” tem 1 ano e meio e mede 1,90m. Meu Deus. Que é isso (rs).

Ele vai crescer até os dois anos, mas só tem tamanho, é bobalhão. Agora, ele pode te derrubar se quiser te dar um abraço (risos).

Todos os relatos são baseados em fatos reais, porém, os nomes dos personagens são fictícios para preservar sua identidade.

Medo de casamento


Fomos pegos pelo braço no corredor. A esposa de seu Edson, Hortência, desejava que o conhecêssemos. Eles moram juntos há 16 anos e tem uma filha de 15. Porém, se casaram oficialmente apenas em fevereiro deste ano. Hortência nos revela que ele começou a ficar doente depois do casório e nos mostra a foto do dia, todos em traje de gala, chiquerrímos.
Hortência: - O médico afirmou que a doença realmente é de caráter emocional. Acho que foi o peso da responsabilidade.
Edson: - Fiquei muito feliz, mas casar de papel passado dá medo (contava animado). (como esse ele não fosse um pai de família há anos)
Dr. Caboclinho: Mas agora você tem que melhorar, pois tem uma família para cuidar (risos).
Nesse clima nos despedimos para que as visitas que chegavam pudessem ficar à vontade. O movimento nesse quarto era intenso, o que demonstra como Edson é querido pelos amigos e familiares.
Drª Risadinha: - Hortência, por favor, não mostre mais essa foto do casamento, pois senão o homem vai passar mal.

Todos os relatos são baseados em fatos reais, porém, os nomes dos personagens são fictícios para preservar sua identidade.

Imaginação

Nadelize tem nove irmãos e todos com letra N. A mãe dela, uma nordestina simpática, disse que adorava inventar nomes e daí a criatividade rolou solta. Não recordo o nome de todos tamanha a imaginação.

Todos os relatos são baseados em fatos reais, porém, os nomes dos personagens são fictícios para preservar sua identidade.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

O segredo do truque (Por Deise Vieira)


Um nariz vermelho, uma certa dose de espontaneidade (ou cara de pau) e muita simpatia. Não foi preciso mais do que isso na "receita" para colorir o dia e provocar uma enorme quantidade de sorrisos. A responsável por isso? Dra. Risadinha Risolina.
O convite foi inusitado: ser sua assistente por um dia, acompanhando-a durante a festa junina da APAE Diadema. Não sabia o que esperar, mas aceitei! E graças a Deus, pois além de ter uma tarde superagradável, pude ver de perto inúmeras manifestações de alegria despertadas por ela.
Apesar de ser uma palhacinha, ela não precisou contar piadas, fazer malabarismos, nada disso. A “mágica” foi bastante simples, o “truque”: dar um pouco de atenção e carinho às pessoas.
Foi muito gratificante observar como as pessoas se alegraram e algumas até se surpreenderam com a presença dela. Cada um tem um jeito de se expressar, mas os sorrisos foram unânimes. Algumas senhoras tinham o “riso fácil”, algumas crianças bem pequeninhas tinham medo, mas depois se acostumavam com a luva azul e o sol desenhado no rosto da Dra. Risadinha. Garotos envergonhados hesitavam, mas logo já estavam rindo com ela.
Foi maravilhoso ver tantas pessoas contentes, isso não tem preço!
Dra. Risadinha, que sorte a minha ter sido sua assistente!

Deise Vieira de Souza.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Sábado ensolarado


O sol neste sábado brilhava forte e o motivo descobriria um pouco mais tarde, pois resolvi fazer uma visita diferente. Motivada pelo convite de uma amiga fui conhecer a APAE Diadema. Era dia de festa Junina, atração que, aliás, já entrou para o calendário oficial da cidade. Tinha dois desafios pela frente: atuar pela primeira vez sozinha e em uma festa com muita gente.
Além da maravilhosa organização, muita comida boa, brincadeiras e danças, a Drª Risadinha parecia uma celebridade no meio do Arraiá. Fiquei emocionada com tanto carinho.
A doutora teve apenas tempo de colocar os pés no corredor e a criançada e seus respectivos pais começaram a tirar fotos com a dita cuja. Era um abraço aqui, outro acolá. Praticamente a doutora quem foi atendida (rs).
Foi uma experiência muito especial e inesquecível. Dançamos muito e sorrimos também. Perdi as contas de quantas fotos... acho que beirou 200. Viva o celular com câmera, nunca tinha visto tanta variedade. E nem adiantava dizer que não sabia segurar recém-nascido, as mães confiam plenamente em palhaços.
Drª Risadinha: - A senhora não quer sair na foto também?
Mãe: - Não, pode segurar.
Drª Risadinha: - Mas não levo muito jeito ....
Mãe: - Leva sim, pega, pega.

Só sei que no final da tarde já estava craque na modalidade ‘segura bebê’. Ah, o nenê chorava, mas não adiantava... as mães queriam uma foto a todo custo.
Um fato curioso aconteceu após a descaracterização. Minha amiga Havolene estava bem quieta em um cantinho comendo um pastel muito gostoso...quando uma mãe chega com a filha de oito anos e diz:
- Filha, quem é essa moça?
- Hummmmmmmm!!! (pensa a menina)
- A palhaça!!!
- Ah, assim não vale. Então esse é nosso segredo.
- Fechado.

Mais que o ‘sucesso’ (rs) ganhei meu dia por ter conhecido tantas pessoas queridas e do bem. Dava para sentir no ar o quanto a união faz a diferença: voluntários felizes trabalhando nas barracas, famílias de atendidos radiantes e verdadeiramente incluídos e a comunidade participando ativamente de uma causa tão bela.

Obrigada mais uma vez Tamara e Tatiana pelo convite, Deise pela companhia e fotos, pessoal da APAE pela acolhida e do Canto pelo incentivo.

Dentro e fora (Luan Jessan)

Por fora
tenho tantos anos
que você nem acredita.
Por dentro, doze ou menos,
e me acho mais bonita.
Por fora, óculos;
algumas rugas,
gordurinhas,
prata nos tintos cabelos.
Por dentro sou dourada,
Alma imaculada,
corpo de modelo.
Por fora, em aluviões,
batem paixões contra o peito.

Paixões por versos, pinturas,
filosofia e amigos sem despeito.
Por dentro, sei me cuidar,
vivo a brincar, meio sem jeito.
Não me derrota a tristeza;
não me oprime a saudade;
não me demoro padecente.
E é por viver contente
que concluo sem demora:
é a menina
que vive por dentro,
que alegra
a mulher de fora!