Esse blog foi criado para divulgar o trabalho do Canto Cidadão, Organização Não Governamental (ONG), da qual a Drª Risadinha Risolina é voluntária. Nesta página você lerá textos que expressam as experiências que tenho vivido.



quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O dia que Drª Risadinha chorou


*O relato a seguir é baseado em fatos reais, porém, os nomes das personagens são fictícios com o objetivo de preservar sua identidade

Como sempre, Cecília estava muito animada com nossa presença. Ela adora quando cantamos, na última visita o repertório foi dominado por Roberto Carlos. Mas também sobrou tempo para entoar um trechinho de “é na sola da bota, é na palma da mão, bote um sorriso na cara e mande embora a solidão.”
A emoção tomou conta do quarto com a canção “Nossa Senhora”. Contudo, nossa amiga não queria a felicidade apenas para si. Nos chamou para apontar que no prédio ao lado, em outra clínica, estava um rapaz que há dias ela olhava da janela de seu quarto. Como observadora atenta tinha reparado que ele raramente recebia visitas e, por isso, estava preocupada com sua solidão. O detalhe é que nossa amiga Cecília nunca havia conversado com aquele jovem que deveria ter no máximo 23 anos.
O pedido era para que fóssemos visitá-lo e assim o fizemos. Entramos no quarto e dissemos ao Daniel que ele tinha uma fã incondicional do outro lado do hospital e apontamos para a janela. Reafirmamos que pelo roteiro daquele dia não iríamos visitá-lo se não fosse a insistência da amiga oculta. Prontamente, ele quis saber quem era Cecília e olhava curioso para a janela, enquanto fazia inalação. Mas ela estava de cabeça baixa. Começamos a sinalizar e, foi então, que Cecília olhou para nós. Daí foi aquela festa, ela mandou vários beijos, fez sinais em forma de coração e abraços apertados. Até o enfermeiro ajudou com mais acenos.
Do outro lado, Daniel ficou muito feliz com a demonstração de carinho da amiga “desconhecida”. Por fim, nos despedimos.
Mais tarde, resolvemos retornar ao quarto de Cecília, que rezava de cabeça baixa e ouvia a canção do Pai Nosso “... Pai, meu Pai do céu, eu quase me esqueci, me esqueci, que o teu amor vela por mim.” Com as luzes apagadas, ela não percebeu nossa presença. Entrei antes que o Dr.Caboclinho e toquei em seu ombro, emocionada ela nos agradeceu por termos ido visitar seu amigo “desconhecido”.
E num sobressalto ela me abraçou e chorou. Só sei dizer que foi o abraço mais cheio de sentimento que já dei e recebi. Difícil engolir o choro nessa hora, a lágrima escorreu, mas no quarto escuro acho que Cecília não percebeu. Me despedi com a ajuda do Caboclinho antes que a voz embargada me denunciasse.
Ficamos muito felizes pela chance de transmitir o AMOR e testemunhar que ELE ainda paira em nosso meio unindo almas.

domingo, 18 de outubro de 2009

A Volta


“Estou de volta pro meu aconchego
Trazendo na mala bastante saudade”.

É com a música do Nando Cordel na cabeça que o Drº Caboclinho Lasanha voltou a atuar depois de mais de 2 meses afastado*. E várias sensações voltaram à tona, sensações que achava que havia perdido, como não saber de que maneira os pacientes iriam se comportar, como entrar na sala de visitas, como aproximar-se do funcionários e como fazer minha maquiagem. O quanto borrei a maquiagem, não sabia mais como pintar o rosto e para completar, como fazer todo esse trabalho sem a Drª Risadinha ?
Mas como a letra da música, fui identificando as pessoas sentindo seus sorrisos sinceros, abraços apertados e a cada recepção calorosa sabia o quanto era bom estar ali de novo. A saudade era reciproca a cada pergunta: Onde você estava? Por que parou de vir? E a cada afirmação: Estava com saudade! Como é bom ver você aqui!
Cada canto uma surpresa, um amigo novo, um olhar de esperança, um bate-papo descontraído e uma brincadeira saudável. E para brilhar mais o retorno aparece a Drª Risadinha com seu sorriso carismático para encerrar o atendimento.
E depois de regressar, vejo que às visitas aos meus amigos no hospital fazem falta tanto quanto as pessoas que eu amo do meu convívio, deixando como resultado uma paz no coração.

* A ONG Canto Cidadão suspendeu o atendimento por um período devido ao Virús H1N1.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Sou todo ouvidos!!


Outra vez estou escrevendo a experiência de atuar sem a Drª Risadinha. Como todos sabem, sou o Drº Caboclinho Lasanha.
Estava muito compenetrado e minha visita foi calma e serena. Consegui realizar o príncipio do nosso trabalho: ouvir.
Haviam muitos pacientes que estavam de alta enquanto outros aguardavam a volta para casa no dia seguinte, pois era véspera de feriado. É por isso que decidi escrever não sobre os quartos, as clínicas, os pacientes, os funcionários e, sim, sobre as sensações que a vida proporciona.
Quantas coisas ótimas ouvi nesse dia, acontecimentos corriqueiros ou lembranças perdidas que acabamos deixando de lado no cotidiano da vida moderna. O aconchego da nossa casa, a proximidade constante da família, as lembranças da infância, o lugar que nascemos, uma festa familiar, os encontros com amigos, uma paixão, um verdadeiro amor.
Sensações que deveríamos valorizar sempre em nossas vidas.

O Drº Caboclinho foi para escutar. E acabou aprendendo!

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Meus 12 anos


*O relato a seguir é baseado em fatos reais, porém, os nomes das personagens são fictícios com o objetivo de preservar sua identidade

Catarina mora há 30 anos em São Paulo, mas é baiana. Nos contagiamos com seu entusiasmo e, isso, porque acabara de ter uma forte febre. Ela nos contou a primeira vez que ela, com 12 anos, os irmãos e amigos conheceram a cidade mais próxima, que hoje considera pequena. Até então nunca tinham saído da roça onde moravam no sertão nordestino.
Todo mundo subiu no caminhão, o conhecido pau de arara. Eis que no meio do caminho o motorista parou e foi logo perguntando aos passageiros de primeira viagem.
- Quem nunca foi à cidade?
As crianças, inclusive Catarina foram levantando os braços ansiosos.
Passageiros: -Eu, eu, eu...
Motorista: - Pois então, quem nunca foi precisa pegar um pedaço de bosta de gado (isso mesmo que estão pensando) e uma pedrinha e guardar no bolso. Daí antes de entrarem na cidade coloquem na boca para que os dentes não caiam.
Catarina: - Ao menos a bosta era seca (risos).
Os inocentes trataram logo de pegar os ‘objetos recomendados’ e guadaram nos bolsos, mas para a sorte deles graças a Deus existem as mães que impediram os benditos de comerem bosta de vaca só para conhecer a cidade grande.
- Menina pára com isso, esse homem é um besta.
Enquanto isso na cabine do velho caminhãozinho o motorista ria sozinho da travessura. Parece que ele também não deixou de ser criança.
Mas a história de Catarina não termina por aí, ela se lembrou de vários casos desse dia de aventura.
Catarina: - Tinha um vizinho que experimentou sorvete e gostou tanto que resolveu levar uns para a esposa e os filhos. Mas como não estava acostumado com a novidade colocou nos bolsos...quando nos encontramos para ir embora, um senhor perguntou: - Mais Gesivaldo tu fez xixi nas calças? - Não rapaz é que comprei uns geladinhos para a mulher e as crianças, mas virou água.

No outro quarto...A fuga
Não é raro encontrar pacientes pelos corredores dando uma voltinha para esticar as canelas e sempre soltamos – Não vai fugir hein? Mas conversando com Celso... e papo vai papo e vem descobrimos que ele realmente já fugiu do hospital. Crianças não tentem fazer isso. Ele nos contou que o fato aconteceu na primeira internação, pois estava aflito em permancer no hospital. A estratégia dele vale uma cena de filme. Se trocou no banheiro, despistou os funcionários, entrou na administração na calada da noite, pulou uma janela que dava para a rua e foi embora. Momentos depois o celular de Celso toca ... era o pessoal do hospital desesperados.
Celso onde você está? Vamos te buscar.
Não aguentei ficar aí. Estou em casa, amanhã volto.
E, assim, ele voltou por conta própria e admitiu que isso não foi bom, pois apesar das dificuldades do tratamento sua atitude foi uma forma de fugir de seu problema

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Iolanda


Hoje faço questão de escrever em nome de uma amiga muito especial: a Drª Canelopsita. Em um de seus atendimentos a doutora conheceu Raul, que chamava atenção porque manuseava seu laptop. A Canelopsita já foi falando:
Que chique, só na net...

Raul: Não estou podendo tanto. O hospital ainda não tem wireless (risos).

Enquanto isso, Raul ouvia Beber, Cair e Levantar... (ritmo que não bate muito com o gosto musical da Drª Canelopsita,pois ela acredita que induz ao exagero. Mas o que não se ouve por um a amigo, né?)
Terminada a visita, a Drª Canelopsita e sua companheira Drª Empativi foram para o quarto das meninas. Lá, conheceram dona Iolanda, de setenta e poucos anos. De cara, a doutora foi logo dizendo.

A senhora é musa inspiradora, hein? Sabe que tem uma música só sua?

Dona Iolanda:
Não sabia, qual é a música?

Drª Canelopsita: Não acredito que não conhece. Pera aí, pois vamos cantar.

Mas de repente... deu um branco nas doutoras e nada fazia com que elas se lembrassem da letra, nem um trechinho. E agora? Pensaram. Ficaram meio sem graça, mas a Canelopsita olhou bem nos olhos da nova amiga e fez uma promessa para Iolanda.

Drª Canelopsita: Antes de sair desse hospital hoje volto para cantar essa música para a senhora.

E não sei porque cargas d’água, as doutoras resolveram voltar no quarto do Raul. Ah, acho que foi para conhecer um hóspede recém-chegado. E de repente, o cara que ouvia Beber, Cair e Levantar estava ouvindo sabe o quê?

Iolandaaaaaaaaa.

Nossa, as doutoras pularam de alegria e, logo, confiscaram o laptop de Raul, que ainda tirou uma da cara Drª Canelopsita:

- Tenho quatro versões. Qual você prefere?
Melhor nem dizer que a doutora ficou de queixo caído, mas muito feliz também.
Eis que enfim levou o aparelho para Iolanda ouvir sua música.
É bom enfatizar que a essa altura a doutora ainda não estava convencida que ela não conhecia a música, mas que apenas se esquecera também.
Ah, e vamos para os finalmente (rs).

E a senhora de mais de 70 anos realmente ouviu pela primeira vez sua música... e chorou de emoção como todos em sua volta.

Iolanda
Chico Buarque
Composição: Pablo Milanés


Esta canção não é mais que mais uma canção
Quem dera fosse uma declaração de amor Romântica,
sem procurar a justa forma
Do que lhe vem de forma assim tão caudalosa
Te amo,
te amo,
eternamente te amo

Se me faltares, nem por isso eu morro
Se é pra morrer, quero morrer contigo
Minha solidão se sente acompanhada
Por isso às vezes sei que necessito
Teu colo,
teu colo,
eternamente teu colo

Quando te vi, eu bem que estava certo
De que me sentiria descoberto
A minha pele vais despindo aos poucos
Me abres o peito quando me acumulas
De amores,
de amores,
eternamente de amores

Se alguma vez me sinto derrotado
Eu abro mão do sol de cada dia
Rezando o credo que tu me ensinaste
Olho teu rosto e digo à ventania

Iolanda, Iolanda, eternamente Iolanda

O momento não tenho e nem preciso descrever que foi de pura emoção. E a Drª Canelopsita aprendeu algumas lições: nunca subestimar alguém com gosto musical diferente do dela e que nunca estamos sós, há sempre uma força que nos guia. Alguns anjinhos voando por aí...

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Não levo bolo pra festa


*O relato a seguir é baseado em fatos reais, porém, os nomes das personagens são fictícios com o objetivo de preservar sua identidade

Vera tem mais de 60 anos, viúva, adora freqüentar bailes para a 3ª idade. Pergunto se ela não ia com o marido.

Drª Risadinha: - Ele não gostava de dançar?
Vera: - Até gostava, mas quem já viu levar bolo para festa? (risos)

Brincadeiras à parte, Vera comentava entre uma frase e outra que costuma caminhar com a vizinha de leito, Laura, pelos corredores do hospital, mas que Laura havia passado muito mal durante todo o dia e que os papos pelo hospital diminuíram com a debilidade que a companheira tem sentido nas pernas.

Depois fui conversar com Laura que normalmente é uma das mais animadas. Mas hoje estava tristinha. Mesmo assim mantinha-se forte.

Laura: - Se tivesse feito mais coisas na vida não estaria aqui hoje.
Drª Risadinha: - Menina, que besteira é essa, para com isso.
Laura: - É verdade, penso nisso, podia ter feito muito mais pelas pessoas e não fiz.
Drª Risadinha: - Querida, Deus não é vingativo. Ele não faria isso porque você fez isso ou deixou de fazer aquilo. Há coisas que não conseguimos entender, mas com certeza Deus é amoroso e misericordioso. Fique em paz.
E parece que ela se convenceu. Continuamos uma conversa bem mais animada falando de outras coisas.

No outro quarto...

Seu Sílvio fez uma confusão só ao entrarmos no quarto. Ele pensou que eu fosse a esposa dele...acreditam?
Seu Sílvio: - Não estou enxergando direito, pensei que fosse minha mulher. (risos)
Agora imaginem, eu com minha maquiagem básica, nada cheguei. Seu Sílvio está achando que a mulher dele tem cara de que?
Palhaço, lógico, ué!

E só para encurtar a prosa, deixa eu contar a visita que fizemos a uns amigos que pareciam mais dupla sertaneja: Cristiano e Adriano. Só foi a gente falar que adorávamos cantar que eles dispararam:

Adeus paulistinha (Tonico &Tinoco)

De que me adianta viver na cidade
Se a felicidade não me acompanhar
Adeus, paulistinha do meu coração
Lá pro meu sertão, eu quero voltar
Ver a madrugada, quando a passarada
Fazendo alvorada, começa a cantar
Com satisfação, arreio o burrão
Contando estradão, saio a galopar
E vou escutando o gato berrando
Sabía cantando o jequitibá

Por nossa senhora,
Meu sertão querido
Vivo arrependido por ter deixado
Esta nova vida aqui na cidade
De tanta saudade, eu tenho chorando
Aqui tem alguém, diz
Que me quer bem
Mas não me convém,
eu tenho pensado
eu digo com pena, mas esta morena
não sabe o sistema que eu fui criado
To aqui cantando, de longe escutando
Alguém está chorando,
Com rádio ligado

Que saudade imensa do
Campo e do mato
Do manso regato que
Corta as Campinas
Aos domingos ia passear de canoa
Nas lindas lagoas de águas cristalinas
Que doce lembrança
Daquelas festanças
Onde tinham danças e lindas meninas
Eu vivo hoje em dia sem Ter alegria
O mundo judia, mas também ensina
Estou contrariado, mas não derrotado
Eu sou bem guiado pelas
mãos divinas

Pra minha mãezinha já telegrafei
E já me cansei de tanto sofrer
Nesta madrugada estarei de partida
Pra terra querida que me viu nascer
Já ouço sonhando o galo cantando
O nhambu piando no escurecer
A lua prateada clareando a estrada
A relva molhada desde o anoitecer
Eu preciso ir pra ver tudo ali
Foi lá que nasci, lá quero morrer

Eeeeeeita trem bão sô!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Ô, ô, ô, ô, Aurora



* O relato a seguir é baseado em fatos reais, porém, os nomes das personagens são fictícios com o objetivo de preservar sua identidade.
O clima de Carnaval contagiou a todos no hospital. Pacientes, acompanhantes e funcionários cantaram de Mamãe eu quero até me Ei você aí, me dá um dinheiro aí. Com certeza essa noite foi um prato cheio de cultura e animação. Afinal, nossos queridos são demais.
João e Félix adoraram a ideia e cantaram com muita empolgação as marchinhas. A filha de dona Carmem, do quarto em frente, Fernanda, não deixou por menos e também se esbaldou com a gente. Não podíamos pular nem sambar como na avenida, mas dedinhos para cima não faltaram nessa festa.
Seu Ary, 88 anos, é mais lúcido que muito rapazote. No início não estava afim de conversa, mas logo se rendeu a nossa insistência em partilhar o momento carnavalesco e caiu na folia. E aproveitou para nos atualizar sobre marchinhas para lá de animadas, mas com toda certeza que foram lançadas em algum lugar do passado. O interessante é que seu Ary quis tirar uma com a cara da Drª Risadinha e ela não perdeu a oportunidade.

Seu Ary – Essa você não deve conhecer.
Drª Risadinha – Canta um pedacinho...
Seu Ary – Se você fosse sincera, Ô, ô, ô, ô, Aurora
Drª Risadinha - Veja só que bom que era, Ô, ô, ô, ô, Aurora
Seu Ary – Ah, você conhece!(ele ficou surpreso e resolveu me acompanhar (rs))

Aurora
Roberto Roberti e Mário Lago (1941)

Se você fosse sincera,
Ô, ô, ô, ô,
Aurora,
Veja só que bom que era,
Ô, ô, ô, ô,
Aurora
Um lindo apartamento,
Com porteiro e elevador,
E ar refrigerado,
Para os dias de calor,
Madame antes do nome,
Você teria agora,
Ô, ô, ô, ô,
Aurora

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Namoro ou amizade?

* O relato a seguir é baseado em fatos reais, porém, os nomes das personagens são fictícios com o objetivo de preservar sua identidade.

Carlos completou 84 anos essa semana. Já pensou a bagunça que aprontamos? Ele disse que é muito feliz, tem 4 filhos, 6 netos e dois bisnetos. Ah, e Carlos não pára de sorrir, tanto que contagiou os companheiros de quarto, que à princípio estavam sisudos e desconfiados com nossa presença. Em dois palitos ambos entraram na brincadeira. Cantamos: Com quem será? Com quem será? Que o Carlos vai se casar? (...) O Márcio, companheiro de quarto é avesso a casório - Que Deus tenha piedade de mim. Quero distância de casamento. Vixiiii!!
Perto dali, Manoel gostou da cantoria e pedia bis (rs). Ele pedia tantas músicas românticas que perguntamos se ele estava apaixonado e ele falou que não se apaixona. Depois de cutucar o rapaz sabe o que ele confessou? Que é casado há 24 anos. Imediatamente indagamos. Mas você não é apaixonado por sua mulher? É claro, mas só pela minha nega. Ufaaaaaaa! Que susto.
Continuamos a cantar com outros amigos e a parada de sucesso foi a música da dupla sertaneja César Menotti & Fabiano “... tira essa paixão da cabeça, tira essa tristeza do olhar. Já não vale a pena essa busca, já não vale a pena chorar. Tempo perdido, amor bandido que ele te fez, final da história, você sem rumo mais uma vez.”
No último quarto conhecemos a história de Flávio e Carla. Ele está internado desde o meio do ano, no momento está inconsciente, mas ela não deixa de ficar ao lado dele nem por um só dia. Curiosos como sempre, perguntamos a Carla como eles se conheceram. Ela nos contou que eram amigos e ele namorava com uma prima dela. Depois de um tempo o namorou miouuuu... a amizade entre eles era forte e já tinha cinco anos. De repente, Flávio fez uma proposta: já que estamos sozinhos podíamos tentar. O que acha? – Aceitei, disse Carla. Passou um ano e nos casamos. Nunca me arrependi e acredito que ele também não. Acho que a amizade fortaleceu nossa união. Nunca brigamos, apenas tivemos discussões como todo casal.
Vocês precisam conhecer os frutos desse amor: duas lindas moças. Nos despedimos de Carla desejando que Flávio volte logo para sua linda família.