Esse blog foi criado para divulgar o trabalho do Canto Cidadão, Organização Não Governamental (ONG), da qual a Drª Risadinha Risolina é voluntária. Nesta página você lerá textos que expressam as experiências que tenho vivido.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Não levo bolo pra festa
*O relato a seguir é baseado em fatos reais, porém, os nomes das personagens são fictícios com o objetivo de preservar sua identidade
Vera tem mais de 60 anos, viúva, adora freqüentar bailes para a 3ª idade. Pergunto se ela não ia com o marido.
Drª Risadinha: - Ele não gostava de dançar?
Vera: - Até gostava, mas quem já viu levar bolo para festa? (risos)
Brincadeiras à parte, Vera comentava entre uma frase e outra que costuma caminhar com a vizinha de leito, Laura, pelos corredores do hospital, mas que Laura havia passado muito mal durante todo o dia e que os papos pelo hospital diminuíram com a debilidade que a companheira tem sentido nas pernas.
Depois fui conversar com Laura que normalmente é uma das mais animadas. Mas hoje estava tristinha. Mesmo assim mantinha-se forte.
Laura: - Se tivesse feito mais coisas na vida não estaria aqui hoje.
Drª Risadinha: - Menina, que besteira é essa, para com isso.
Laura: - É verdade, penso nisso, podia ter feito muito mais pelas pessoas e não fiz.
Drª Risadinha: - Querida, Deus não é vingativo. Ele não faria isso porque você fez isso ou deixou de fazer aquilo. Há coisas que não conseguimos entender, mas com certeza Deus é amoroso e misericordioso. Fique em paz.
E parece que ela se convenceu. Continuamos uma conversa bem mais animada falando de outras coisas.
No outro quarto...
Seu Sílvio fez uma confusão só ao entrarmos no quarto. Ele pensou que eu fosse a esposa dele...acreditam?
Seu Sílvio: - Não estou enxergando direito, pensei que fosse minha mulher. (risos)
Agora imaginem, eu com minha maquiagem básica, nada cheguei. Seu Sílvio está achando que a mulher dele tem cara de que?
Palhaço, lógico, ué!
E só para encurtar a prosa, deixa eu contar a visita que fizemos a uns amigos que pareciam mais dupla sertaneja: Cristiano e Adriano. Só foi a gente falar que adorávamos cantar que eles dispararam:
Adeus paulistinha (Tonico &Tinoco)
De que me adianta viver na cidade
Se a felicidade não me acompanhar
Adeus, paulistinha do meu coração
Lá pro meu sertão, eu quero voltar
Ver a madrugada, quando a passarada
Fazendo alvorada, começa a cantar
Com satisfação, arreio o burrão
Contando estradão, saio a galopar
E vou escutando o gato berrando
Sabía cantando o jequitibá
Por nossa senhora,
Meu sertão querido
Vivo arrependido por ter deixado
Esta nova vida aqui na cidade
De tanta saudade, eu tenho chorando
Aqui tem alguém, diz
Que me quer bem
Mas não me convém,
eu tenho pensado
eu digo com pena, mas esta morena
não sabe o sistema que eu fui criado
To aqui cantando, de longe escutando
Alguém está chorando,
Com rádio ligado
Que saudade imensa do
Campo e do mato
Do manso regato que
Corta as Campinas
Aos domingos ia passear de canoa
Nas lindas lagoas de águas cristalinas
Que doce lembrança
Daquelas festanças
Onde tinham danças e lindas meninas
Eu vivo hoje em dia sem Ter alegria
O mundo judia, mas também ensina
Estou contrariado, mas não derrotado
Eu sou bem guiado pelas
mãos divinas
Pra minha mãezinha já telegrafei
E já me cansei de tanto sofrer
Nesta madrugada estarei de partida
Pra terra querida que me viu nascer
Já ouço sonhando o galo cantando
O nhambu piando no escurecer
A lua prateada clareando a estrada
A relva molhada desde o anoitecer
Eu preciso ir pra ver tudo ali
Foi lá que nasci, lá quero morrer
Eeeeeeita trem bão sô!
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2 comentários:
OS MÃNOS SISTER AND BROTHER ESTÃO DE VOLTA.
PARABÉNS PELO TEXTO E POR VOCES SEREM DESSE JEITO.
UM ABRAÇÃO DO SEU AMIGÃO,
EU,
Dr.POLENTICÃO
Nossa Lene...fiquei comovida com o primeiro relato..é incrível como temos a mania de achar que as coisas poderiam ter sido diferentes, que Deus "castiga" e por aí vai. Temos que acreditar mais no amor e principalmente em Deus. Adorei o texto. Além disso, bela música!!!!
beijos amiga
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