Esse blog foi criado para divulgar o trabalho do Canto Cidadão, Organização Não Governamental (ONG), da qual a Drª Risadinha Risolina é voluntária. Nesta página você lerá textos que expressam as experiências que tenho vivido.



quinta-feira, 17 de abril de 2008

Sertanejo nato



Entramos no quarto de seu Antonio e conversamos com seu sobrinho e sua esposa. Eles nos contaram que ele é o violeiro e animador oficial das festas da família.
Por isso, pedi que cantasse alguma coisa, mas a voz dele não saia. Então, líamos os lábios dele e lembrávamos da letra da música. Parecia uma brincadeira, pois ele movimentava a boca e nós emprestávamos as vozes.
Foi um momento muito tocante, uma vez que ele realmente estava se esforçando para cantar, mas o som da voz não saia. Deu para perceber o quanto ele gosta de cantar.

Nos despedimos e fomos falar com os outros amigos.

... alguns minutos depois...

Não acredito que as coisas aconteçam por acaso, mas acredito em milagres. Quando já íamos embora o Caboclinho teve a idéia de voltar no quarto do seu Antonio para conversar um pouco mais com o outro paciente, o seu José, que acompanhamos há meses.
Ao entramos novamente no quarto ficamos boquiabertos, pois o seu Antonio, aquele mesmo que há uns 50 minutos não conseguia articular uma palavra, estava cantando alto e com toda energia as músicas que tanto ama.

Falamos para a esposa dele

Dr.Caboclinho e DrªRisadinha: - Mas como isso é possível?

Clara: Foi a visita de vocês. Ele não falava nada há dias.

Seu Antonio não nos deixou nem raciocinar sobre o assunto e começou a cantar.

Seu Antonio: - Fui eu e o Chico Mineiro, também foi um capatai... e emendava uma música na outra.
Demos tchau e ele continuava a cantarolar. Ao colocar os pés no corredor concluímos que os habitantes daquele setor não dormiriam essa noite (rs).

Todos os relatos são baseados em fatos reais, porém, os nomes dos personagens são fictícios para preservar sua identidade.

4 comentários:

Taty disse...

Que linda história..como sempre!

Me deu um nó na garganta...queria ter o dom de escrever assim...JC ia ser mto mais fácil de nascer....

bjus

dr.polenticão disse...

O PESSOAR,VAMU SI ACURTURÁ...
US MÃNUS RISADINHA I CABOCLINHO,
ALÉM DI PREGÁ U AMÔ,
TAMÉM SÃO CURTURA.

ÊH, ÊH LARIRALÁ...

AGORA APREDENU A LETRA

CHICO MINEIRO
Composição: Tonico e Francisco Ribeiro

Cada vez que me "alembro"
do amigo Chico Mineiro,
das viage que nois fazia
era ele meu companheiro.
Sinto uma tristeza,
uma vontade de chorar,
alembrando daqueles tempos
que não hai mais de voltar.
Apesar de ser patrão,
eu tinha no coração
o amigo Chico Mineiro,
caboclo bom decidido,
na viola era delorido e era o peão dos boiadeiro.
Hoje porém com tristeza
recordando das proeza
da nossa viage motin,
viajemo mais de dez anos,
vendendo boiada e comprando,
por esse rincão sem-fim
caboco de nada temia.
Mas porém, chegou o dia
que Chico apartou-se de mim.

Fizemo a urtima viage
Foi lá pro sertão de Goiai.
Fui eu e o Chico Mineiro
também foi um capatai.
Viajemo muitos dia
pra chega em Ouro Fino
aonde noi passemo a noite

numa festa do Divino.
A festa tava tão boa
mas ante não tivesse ido
o Chico foi baleado
por um home desconhecido.
Larguei de compra boiada.
Mataram meu cumpanheiro.
Acabou o som da viola,
acabou seu Chico Mineiro.
Despoi daquela tragédia
fiquei mais aborecido.
Não sabia da nossa amizade.
Porque nós dois era unido.
Quando eu vi os seus documentos
me cortou meu coração
vim sabê que o Chico Mineiro
era meu ligítimo irmão.

PARABÉNS POR MAIS ESTE RELATO,

DOS SEUS FÃS:

Dr.POLENTICÃO e do ELCIO LAITANO

dr.polenticão disse...

AH, FARTÔ UMA COISIN,
O PRIMERO BRÓCO É DECRAMADU,
I U RETU É CANTDU.

UM FORTE ABRAÇO!!!

Anônimo disse...

necessario verificar:)