Esse blog foi criado para divulgar o trabalho do Canto Cidadão, Organização Não Governamental (ONG), da qual a Drª Risadinha Risolina é voluntária. Nesta página você lerá textos que expressam as experiências que tenho vivido.



quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

A língua do dudeodádoedáo

O último atendimento foi tudo de bom. A energia estava pra lá de positiva e ainda reforçamos o time com a presença da DrªAndorinheca à Bolonhesa, amiga de faculdade e residência. Fizemos a mesma especialidade: Besterologia com ênfase em ALEGRIA Total.
Gostaria de agradecer pela presença e convidá-la para novas atuações.
No final do atendimento, lá pelas 22h, apertou uma fome daquelas e a bala doada pela Drª Andorinheca fechou a noite com chave de ouro.
Obrigada pela companhia e amizade Doutora.

Enfim, depois da babação mais que merecida vamos ao relato.

Beautiful day

Hoje estava comendo uma trufa e me lembrei de uma frase da Elaine.
- É preciso valorizar as pequenas coisas. Não é necessário muito para ser feliz.

Enquanto saboreava a trufa, tentei me fixar nesse momento, no presente.
Elaine realmente tinha razão. Apesar de desejar que a trufa não acabasse, ela terminou. E assim acontece com todas as coisas da vida. Daí a importância de viver intensamente cada momento.
A Elaine tem leucemia e seu cabelo caiu inteiro depois da quimio. Agora, se vocês pensam que ela é triste, amargurada ou coisa do gênero se enganou completamente. Contou três piadas e se a gente deixasse não saíamos dali tão cedo.

Quase rolamos de tanto dar risada.

Ela nos passou uma coragem e determinação tão fortes que me veio à cabeça, mas dessa vez não cantei. “É preciso estar atento e forte. Não temos tempo de temer a morte” (Divino Maravilhoso /Caetano Veloso)

Dona Zeli, 80 anos, amiga de quarto da Elaine fala o idioma do dudeodádoedáo.

Elaine: - Só o enfermeiro Fabiano entende o que ela diz.

Cássia: - Os dois conversam por muito tempo.

Dona Zeli, em perfeita lucidez só dava risada e, às vezes, tentava puxar um papo na língua do dudeodádoedáodeodaóda. Conseguimos trocar umas palavrinhas, mas vamos convir que o Fabiano é imbatível na fluência da língua.

No outro quarto conhecemos a Cleuza que cria 17 cachorros e falou o nome de todos. São 100 kg de ração por mês. Tem foto de quase todos no celular. Viva a cachorrada ehehe.

Viva mesmo, pois se dependesse da filha de dona Mônica eles estavam perdidos.
Dona Mônica: - O cachorro mordeu ela e no dia seguinte morreu.
Que história de louco.

Ao lado de Cleuza estava a Cláudia uma figura muito interessante. Carioca, 70 anos, mora há 40 em São Paulo e é apaixonada pela cidade. Porém, como uma boa carioca gosta de um pagode e samba. Deu uma paradinha por enquanto, mas pretende voltar em breve.

No último leito tocava o celular da Sandra ao som de Beautiful Day.

Dr.Caboclinho: - U2! Muito bom. Não é porque sou caboclinho que não conheço esse povo internacional. No interior a gente também apricia sô essas coisas da cidade grande.
Sandra que tinha os olhos inchados de chorar, esboçou um sorriso muito lindo.

Beautiful Day Sandra!!!

Todos os relatos são baseados em fatos reais, porém, os nomes dos personagens são fictícios para preservar sua identidade.

Um comentário:

Taty disse...

Beautiful day pra pessoas com vc, seu irmão e a nova cia de vcs



beijos