O Dr. Bigodinho de Anjo é um palhaço desencanado e, por isso, a solução para a Drª Risadinha e o Dr. Caboclinho foi segui-lo. Foi nessa que por alguns minutos pensamos que estivéssemos parado na sala de espera do pronto-socorro, afinal, nenhum de nós conhecia muito bem o hospital.
Fomos andando pelos corredores e, de repente, vimos algumas pessoas no corredor e para nossa surpresa nos deparamos com um salão lotado de pessoas aguardando alguma coisa. Nós ficamos felizes e espantados. A solução foi começar a cumprimentar cada um dos presentes, por volta do décimo aperto de mão descobri que se tratava de um banco de sangue. Daí fiquei mais feliz e parabenizei um a um pela iniciativa de estarem em um hospital em uma manhã de um sábado ensolarado.
Mas o melhor ainda estava por vir.
Conhecemos a Dona Carolina, uma senhora muita simpática, mas que queria a todo custo nos expor ao ridículo. Pediu para dançarmos e oDr. Bigodinho de Anjo para completar disse: "Só se for na boquinha da garrafa". Dançamos e todos os presentes caíram na risada..
Ah, e o seu Joaquim que falava baixinho e para ajudar não estava ouvindo muito bem. Isso foi o suficiente para eu e o mano fazermos a maior confusão.
Seu Joaquim disse, ou melhor, entendemos que ele era cabeleleiro e, sugerimos que na próxima visita levaríamos uma tesoura para que ele não perdesse o costume. Depois de uns cinco minutos de conversa:
Seu Joaquim: Do que vocês estão falando?
Dr. Caboclinho e Drª Risadinha: O senhor acha que o nosso cabelo não precisa de corte?
Seu Joaquim: Mas eu sou caldeireiro e não cabelereiro (risos).
A sorte foi que nosso pai trabalhou por anos como operador de caldeira e conhecíamos a profissão. Mas graças à confusão iniciamos uma ótima conversa com o seu Joaquim.
Outro momento incrível foi conhecer o Jonas, uma criança de uns dois anos, alguém que jamais esquecerei. A causa de sua internação eu não sei, mas era algo relacionado à pele.
Apesar da enfermidade, seu olhar era intenso e tinha energia para brincar pelo corredor.
O Jonas despertara comoção nas enfermeiras, responsáveis por nossa entrada na pediatria. Quando nos convidaram para entregar alguns presentes ao menino, foi uma experiência fantástica.
Visitamos todos os quartos, mas o do Jonas era o mais disputado. As enfermeiras não saiam de lá, faziam com que ele se divertisse e pediam nossa ajuda. Num impulso o Dr. Passerini e eu estendemos as mãos para ele e ele retribuiu com um cumprimento e abriu um lindo sorriso, que até então não dera, foi difícil segurar a emoção.
Ficamos tão empolgados que só depois percebemos o aviso de evitar contato. O Dr. Bigodinho e eu percebemos nosso erro, mas era inevitável recusar um aperto de mão naquele momento, uma vez que até as enfermeiras aprovaram nossa atitude, além da criança andar entre as outras sem grandes problemas.
Para encerrar, apesar de haver muitas histórias, finalizo com a fala de seu Lenival, um senhor de 93 anos, muito simpático e receptivo: “Nossa, vocês são uma puta palhaçada” (risos).
Todos os relatos são baseados em fatos reais, porém, os nomes dos personagens são fictícios para preservar sua identidade.
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