Esse blog foi criado para divulgar o trabalho do Canto Cidadão, Organização Não Governamental (ONG), da qual a Drª Risadinha Risolina é voluntária. Nesta página você lerá textos que expressam as experiências que tenho vivido.



quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Entre aspas

Eu conheço um anjo

Como de costume passei os olhos na lista com os nomes de meus amigos. Assim, antes de começar mais um dia de atendimento consigo lembrar do rosto e da história de cada um. Ontem, porém, minha memória lembrava com mais insistência do João e da Valéria. Havia faltado luz no hospital, mas os geradores deram conta do recado.
E aí fomos nós. Pós Natal, de cara chegamos e fomos informados que dois pacientes haviam falecido. Preferimos não saber quem eram.
Contudo, no penúltimo quarto quando já estávamos indo embora chega o esposo da Valéria e fui logo perguntando por ela, já que estava com saudades. O leito dela estava com o nome de outra pessoa que ainda não estava lá. Normalmente, de acordo com a necessidade o paciente é transferido para UTI etc.
Mas ele deu uma parada e respondeu que ela tinha Subido. Não sei como consegui ficar tão tranqüila e comecei a conversar com ele. Olhava para ele e lembrava do rosto muito feliz dela. Tínhamos a visto pela última vez há 15 dias.
Perguntei se foi no Natal? Ele disse que fora apenas há 40 minutos. Provavelmente enquanto estávamos ali, mas ela estava em outra clínica.
Foi um momento intenso, indescritível, mas me lembro que disse: - Ela era (é) uma pessoa muito feliz. Com certeza nos deu uma lição de paixão pela vida. Nunca a vi desanimada.
Ele respondeu – Ela sempre foi assim.
Ele se despediu dizendo para que nós continuássemos com nosso trabalho, pois fazíamos bem a muitas pessoas como fizemos a ela.
E assim nos despedimos de nossa amiga. Se vocês ainda não conheceram um anjo... EU POSSO APOSTAR QUE CONHEÇO.
E o anjo me disse assim:
“Viva, diga tudo que pensar,mas não de maneira grosseira. Ame profundamente e com toda a tua força, mesmo que encontrar gente antipática, sem caráter, sem ideais. Porque há muito o que fazer e por quem fazer. E só por isso, vale muito a pena”.

Todos os relatos são baseados em fatos reais, porém, os nomes dos personagens são fictícios para preservar sua identidade.

2 comentários:

Taty disse...

Bom, eu com uma sentimental assumida, chorona compulsiva e uma pessoa apaixonada por belos momentos....não poderia deixar de me envolver com esse post. Fiquei imaginando a cena, me pus no seu lugar. Não teria segurado a barra tão bem.
Mas fico feliz de saber que seu trabalho é tão importante e especial e que graças a ações como as suas e a do seu irmão, muitas pessoas recebem amor, carinho e atenção num momento de tanta fragilidade.

Parabéns! Que Deus continue iluminando seu caminho e seu coração.

saudades

Taty

Anônimo disse...

Ehhh... Dra. Risadinha Risolina!!
Que lindo trabalho... é por essas e outras atitudes que tenho orgulho do ser humano!!!!

Trabalho lindissímo!!! Parabéns!!

bjs
Ka